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@ Gato no nostr
2025-06-10 17:47:21
nostr:nprofile1qqswjxp3lsjywa4p7zr90m4mxyfv2ghfxckxxg8jgfqtcsht3jwew0qpr9mhxue69uhhyetvv9ujuumwdae8gtnnda3kjctv9utk6qn0 e o Marido Felino
Um poema sobre amor, paciência e miados com cheiro de cachaça
Na vila quieta, ao pé do portão,
Mimi varria com devoção.
Cabelos presos, flor no vestido,
E um suspiro por seu gato… marido.
Chamava-se Chico, o tal cidadão,
Bigodes tortos, andar de anão.
De garrafa em garrafa, se ia perdendo,
E no beco da esquina, sempre se estendendo.
"Ô Mimi, só mais um gole, amorzinho!"
Dizia ele, deitado no cantinho.
Ela bufava, mas ia buscar,
Um paninho limpo pra ele secar.
Carregava o bicho como se fosse rei,
Mesmo quando ele mijava no pé da lei.
Dava banho, dava sermão,
Mas no fundo… guardava afeição.
"Ele era sóbrio, juro, na juventude!"
Mimi contava com certa atitude.
"Foi o stress, foi a vida, foi o latido
do cachorro do vizinho que o deixou perdido."
E toda noite, depois do barraco,
Lá estavam os dois: um sono opaco.
Ela o abraçava, ele roncava alto,
Com cheiro de sardinha e álcool barato.
Mas quem visse Mimi, firme no chão,
Sabia: era amor, não obrigação.
Pois mesmo com tudo, não havia engano:
Ela amava aquele gato…
Mesmo sendo um bebum insano.
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