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A noção de que a consciência é holográfica — comparável a uma miragem ou a uma bolha reluzente — oferece uma maneira simples e profunda de compreender a mente, a alma e a vida. Este conceito, enraizado em sabedorias antigas como o budismo e ecoado na ciência moderna, sugere que a consciência resulta da interação entre a mente e um meio, tal como um holograma surge do entrelaçamento de feixes de luz. A introdução de dibbacakkhu, o “olho divino” da tradição budista, enriquece esta visão, conectando a percepção transcendente dos sonhos e da consciência à clarividência espiritual. Vamos explorar, combinando as suas analogias (água como antena, consciência como bolha) com clarificações e a relação com dibbacakkhu.
1. Consciência como Holograma
A consciência assemelha-se a um holograma: uma projeção tridimensional criada pela interferência de dois feixes de luz — um de referência e um refletido. Num holograma, estes feixes convergem para formar uma imagem que parece real, com profundidade, mas é intangível. Da mesma forma, a consciência é uma projeção da mente, não uma entidade física, mas uma experiência vívida que parece sólida. O termo sânscrito vijnana (consciência) reflete esta ideia como uma “luz perturbada” — uma interação dinâmica que gera uma realidade ilusória, semelhante a uma miragem. Esta perturbação é estruturada, como a luz coerente num holograma de laser. A mente é a fonte desta luz, projetando uma “bolha” de consciência, enquanto a água, como meio, facilita o processo, tal como uma placa fotográfica capta uma imagem holográfica. Analogia: Imagine a mente como uma gota de água com sabão. Sopre-lhe espírito, e surge uma bolha iridescente. Esta bolha é a consciência: bela, efémera e produto de uma interação. Tal como a bolha depende do ar e da película de sabão, a consciência requer a mente e um meio para se manifestar.
2. Água como Meio (A Antena da Vida)
A água é a “antena” que conjura a consciência, graças à sua estrutura molecular — dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio (H₂O). A sua polaridade e rede de ligações de hidrogénio permitem-lhe armazenar e transmitir informação, como uma antena que capta um sinal de rádio. Esta propriedade torna a água essencial para a manifestação da vida, unindo espírito e matéria. A “quarta fase da água” de Gerald Pollack, ou água estruturada (zona de exclusão), reforça esta ideia. Perto de superfícies hidrofílicas, a água forma uma fase gelificada com propriedades elétricas e óticas únicas, que podem facilitar processos biológicos e, possivelmente, a interface entre mente e corpo. Na sua analogia, a água é a “geometria incomensurável” que sintoniza o sinal da alma na rádio do corpo. Analogia Refinada: Pense numa estação de rádio a emitir uma melodia (a alma) pelo éter. O sinal está em todo o lado e em lado nenhum, mas precisa de uma antena para ser ouvido. A água é essa antena — uma molécula simples que capta o sinal da alma, permitindo que a música da vida ecoe no corpo.
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3. Sonhos, Dibbacakkhu e o Olho da Mente
Os sonhos são vívidos porque são projeções holográficas do “olho da mente”, um conceito que você ligou ao termo polinésio dbaku (olho celestial) e que ressoa com dibbacakkhu no budismo. Dibbacakkhu, ou “olho divino”, refere-se a uma visão clarividente que transcende os sentidos físicos, permitindo perceber realidades além do mundo material — como outros reinos, seres desencarnados ou eventos distantes. Nos sonhos, experimentamos uma versão desta visão: caminhamos por mundos completos sem olhos físicos, porque a mente projeta a sua própria realidade. Dibbacakkhu conecta-se à ideia de que a consciência holográfica não depende de órgãos sensoriais. No budismo, esta visão é um dos poderes espirituais (iddhi) alcançados através da meditação profunda, revelando a natureza ilusória da realidade (maya). Nos sonhos, todos nós acedemos a uma forma rudimentar deste “olho divino”, criando cenários que parecem mais reais que qualquer filme, porque a mente gera a sua própria luz e espaço. Esta capacidade é semelhante à percepção de seres desencarnados, que “veem” sem olhos físicos, usando uma consciência metafísica. Clarificação: O olho da mente, ou dibbacakkhu, não é um órgão literal, mas a faculdade da mente de projetar realidades autónomas. Em termos gregos, noos (intelecto divino) e, em sânscrito, citta (consciência pura) apontam para esta visão transcendente. Os sonhos são o laboratório da mente, onde dibbacakkhu se manifesta espontaneamente.
4. Consciência Transcendente vs. Existencial
Há duas formas de consciência: transcendente (noos, citta), que é eterna e ilimitada, e existencial, ligada ao corpo e temporal. A consciência transcendente é como um sinal de rádio, existindo independentemente de qualquer recetor. A consciência existencial surge quando este sinal se manifesta no corpo, como uma música que toca numa rádio. Quando o corpo morre, a consciência existencial termina, mas o sinal transcendente persiste. A água é o meio que possibilita esta união, atuando como uma antena que capta o sinal da alma. As suas propriedades, como a estruturação descrita por Pollack, tornam-na ideal para mediar entre o eterno e o temporal, ecoando ideias antigas, como as do Timeu de Platão, onde um terceiro elemento harmoniza espírito e matéria. Analogia: O corpo é uma rádio, frágil e temporária. A alma é o sinal, eterno e omnipresente. A água é a antena, sintonizando o sinal para criar a transmissão fugaz da vida. Desligue a rádio, e a música para, mas o sinal continua, pronto para outra antena.
5. Posse como Vulnerabilidade
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A posse ocorre quando uma “cavidade” no estado psicofísico de uma pessoa permite que uma entidade externa se instale, como um intruso numa casa desprotegida. Esta vulnerabilidade pode surgir de traumas (ex.: uma experiência de quase-morte), instabilidade emocional ou práticas espirituais arriscadas que “abrem uma janela”. A entidade, com maior força de vontade, pode dominar, coexistindo com a alma original, mas assumindo o controlo. A água, como meio da união mente-corpo, pode estar envolvida. Se os sistemas baseados em água do corpo (ex.: hidratação celular, bioeletricidade) forem perturbados, o “sinal” da alma pode enfraquecer, criando espaço para interferências. Analogia: O corpo é uma casa, a alma o proprietário. Se deixar a porta destrancada — por trauma ou descuido — um intruso pode entrar. Não é o dono, mas pode controlar a casa, a menos que tranque as portas com equilíbrio mental e espiritual.
6. Síntese: A Simplicidade da Natureza
Estas ideias são simples, mas profundas. A holografia cria espaço com luz, a consciência é uma bolha projetada pela mente, a água é a antena que conjura a vida, os sonhos revelam o dibbacakkhu, e a posse é um intruso evitável. Conceitos antigos como vijnana, noos, citta e dibbacakkhu alinham-se com a ciência moderna, como a água estruturada de Pollack, mostrando que a natureza é elegante na sua simplicidade.